Ministro da Saúde anunciou por rede social nesta quinta (16) ter sido demitido pelo presidente Jair Bolsonaro. Saída ocorre após divergências públicas sobre combate ao coronavírus.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou nesta quinta-feira (16) que o agora ex-ministro Luiz Henrique Mandetta "deixa um legado" com sua passagem pelo Ministério da Saúde.
Após dias de especulação, Mandetta anunciou, por meio de uma rede social, que havia sido comunicado de sua demissão pelo presidente Jair Bolsonaro. Ao blog da jornalista Andréia Sadi, Mandetta afirmou que o oncologista e empresário do setor da saúde Nelson Luiz Sperle Teich é o escolhido do presidente para substituí-lo na pasta.
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Parlamentares, governadores e políticos de diversos partidos, além de outras autoridades, também se pronunciaram nesta quinta lamentando a saída de Mandetta do ministério da Saúde (veja mais abaixo).
Ex-deputado federal, Mandetta estava à frente da pasta desde o início do governo, em janeiro de 2019, e ganhou maior visibilidade com a crise provocada pelo novo coronavírus.
Nas últimas semanas, contudo, Bolsonaro e Mandetta tiveram divergências públicas em razão das estratégias para conter a velocidade do contágio da Covid-19, doença provocada pelo vírus. Foram essas divergências, expressadas publicamente, que levaram à demissão nesta quinta.
Repercussão
Saiba como foi a repercussão da demissão de Mandetta:
Rodrigo Maia (DEM),
presidente da Câmara dos Deputados: "O ministro Mandetta deixa um legado, uma estrutura, para que o Brasil possa, em conjunto, o governo federal, os estados e os municípios principalmente, tenham condição de atender sobre a base do que foi construído pelo ministro Mandetta as condições para atender da melhor forma possível a sociedade brasileira, mas principalmente os brasileiros que precisam do sistema SUS. Agradeço ao ministro, tenho certeza que falo em nome da maioria da Casa", disse Maia a jornalistas no Congresso.
Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado e do Congresso, e Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara (em nota conjunta): "O ministro Luiz Henrique Mandetta foi um verdadeiro guerreiro em prol da saúde pública nesse período em que esteve à frente do Ministério, especialmente no enfrentamento firme ao Covid-19. O trabalho responsável e dedicado do ministro foi irreparável. A sua saída, para o País como um todo, nesse grave momento, certamente não é positiva e será sentida por todos nós. A maioria das brasileiras e dos brasileiros espera que o presidente Jair Bolsonaro não tenha demitido Mandetta com o intuito de insistir numa postura que prejudica a necessidade do distanciamento social e estimula um falso conflito entre saúde e economia."
João Dória (PSDB), governador de São Paulo: "A saída do @lhmandetta é uma perda para o Brasil. Agradeço o apoio e contribuição com o Estado de SP no combate à pandemia. Desejo êxito ao novo Ministro da Saúde, Nelson Teich, e espero que siga procedimentos técnicos e atenda às recomendações da OMS."
Ronaldo Caiado (DEM), Governador de Goiás: "Ao amigo e colega médico lhmandetta, missão cumprida! Fez do nosso País, com todas as suas limitações na área da Saúde, referência internacional de como enfrentar a propagação do coronavírus. Salvou milhares de vidas. Obrigado."
Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB): "A ciência foi demitida. Mas será substituída por ciência e assim sucessivamente. Não haverá um único médico sério disposto a comprar, sob o custo de sua própria biografia e carreira, discurso negacionista que menospreze a gravidade da pandemia ou aponte para o caminho do caos."
Fonte: G1
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