No estado, 7 profissionais morreram por covid-19. Em 45 dias, Coren registra 1.311 queixas sobre ausência ou racionamento de materiais de proteção.
As unidades de saúde de São Paulo já estão lotadas de pacientes com covid-19. Na linha de frente estão os enfermeiros, que precisam dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), compostos por máscaras, luvas, aventais, óculos e gorros para atendimento, mas nem sempre o material obrigatório está disponível. E, quando está, não atende aos padrões exigidos. "Uma máscara descartável tem que ser trocada a cada duas horas e trabalhamos seis. Ninguém pede porque cria o maior mal estar, mas nos sentimos expostos. A máscara confeccionada por voluntários, ninguém usou", disse uma profissional da AMA/UBS Integrada Jardim Helena, no extremo leste da capital, que não quer se identificar.
A enfermeira denunciou a situação enfrentada ao Coren e, em fotos, mostrou os aventais e máscaras descartáveis recebidos, que foram produzidos pelo voluntariado. Eles são de um tecido ultra fino e transparente, além de frágil, impróprio para uso por profissionais de saúde como forma de proteção.
"Há semanas temos problemas com EPIs. Aqui e no AMA Jardim Brasília não tem avental impermeável, utilizado em atendimentos graves, como parada cardiorrespiratória e aspiração endotraqueal, procedimentos mais invasivos. No geral, usamos a máscara N95, que temos uma só, para atendimento de paciente suspeito de covid-19", revelou.
O Coren de São Paulo (Conselho Regional de Enfermagem) recebeu 1.311 denúncias por falta ou racionamento de EPIs em todo o estado. Foram 792 reclamações de ausência de equipamentos de proteção entre 1º de março e 14 de abril e outras 479 queixas por impedimento de uso de EPI pela chefia.
Fonte: r7
