Nicolau Maquiavel viveu na Itália entre meados do século 15 e início do século 16. Ativo e curioso, ele se interessou pela política e, aos 29 anos, ingressou no mundo político como Chanceler e depois como Secretário da república. Durante os 14 anos em que esteve envolvido no contexto da política, Maquiavel pôde, por meio de sua observação, conhecer profundamente as engrenagens e o jogo de manipulação ocultos por trás das cortinas.
"Os homens são tão movidos às necessidades presentes que, aquele que deseja enganar, encontrará sempre alguém a ser enganado".
Maquiavel
Nicolau Maquiavel analisava os comportamentos dos homens em todas as relações, desde política a relacionamentos afetivos.
Ele refletia acerca de como as pessoas agem e não como elas deveriam agir. Ou seja, para Maquiavel, havia uma diferença entre o mundo real (como as coisas são) e o mundo ideal (como deveriam ser). Neste sentido, O Príncipe discorre sobre as regras do jogo que nós devemos saber para lidarmos de modo mais flexíveis diante das adversidades da vida. As regras do jogo estão ai, e os que as conhecem são protagonistas, conquistam prestígio, honras e glórias. Eles jogam. Os que não as não conhecem ficam na platéia e ainda pagam para vê-los jogar.
"Aquele que julga como tudo deveria ser e não como é, é ingênuo, e está fadado antes ao fracasso do que à salvação".
Maquiavel
Agora vamos viajar no mundo misterioso de O Príncipe
Capítulo 18- De que forma os príncipes devem manter a fé da palavra dada: Maquiavel dizia que na política não há essa possibilidade de cumprir fielmente aquilo que se promete. Pode-se prometer e não cumprir, de acordo com as circunstâncias e conveniências. Segundo ele, nada garante que alguém vai manter a palavra sobre aquilo que nos prometeu. Então nós nunca devemos nos obrigar a mantermos a palavra dada (nas relações políticas).
Capítulo 16 - Da liberalidade e da parcimônia: (sobre se é melhor ser generoso ou mão fechada) Maquiavel aconselhava que não podemos dar tudo o que nos pedem, ou abrir a mão tão facilmente. Se nos pedirem emprestado 100, devemos dar apenas 50 ou menos que isto. Para ele, precisamos preservar a nossas economias.
Capítulo 20 - Da crueldade e da piedade ( se é melhor ser amado ou temido) Maquiavel dizia que se não podemos ser amados, devemos ser ao menos temidos, mas nunca odiados. Pois o temor nos fazem ser respeitados, enquanto que o ódio nos torna desprezíveis. De modo que um sentimento que não devemos permitir que sintam por nós é o ódio e o desprezo.
Capítulo 8 - Dos que alcançam o poder pelo crime (maldade, crueldade e e corrupção) Maquiavel deu exemplos de Agátocles Siciliano e de Olivoretto, que chegaram ao poder através após cometerem vários crimes, inclusive matando pessoas das próprias famílias. "Faça o bem aos poucos, e o mal de uma só vez".
Diante desta frase acima, me lembro do ex-presidente Michel Temer que, em 2017, liberou o FGTS dos trabalhadores como uma medida de "bondade"; porém, em 2018 aumentou aos poucos o preço do combustível. Faça o bem aos poucos. E o mal de uma só vez.
Capítulo 7 e 9 -
Dos que alcançam o poder pela sorte ou pelo mérito:
Dos que chegam ao poder pelo favor dos seus concidadãos (poderosos ou povo): De acordo com Maquiavel aqueles que chegam ao poder pelo mérito não terão muitas dificuldades em se manterem, pois prepararam-se ao longo da vida para exercerem a função que lhes foi conferida. Já aqueles que alçam ao poder pela sorte, irão sofrer muitos percalços e correrão sérios riscos de perderem o cargo, pois não tiveram o preparo suficiente de que a posição que ocupam exige. Desse modo quem conquista o poder pela sorte enfrentará graves dificuldades em governar.
Por fim, Maquiavel refletia que o governante que alcança o poder pelo favor do povo deve mantê-lo ao seu lado. Enquanto o povo tiver apreço por ele, o seu governo será duradouro e ele se encontrará numa posição elevada, porque não terá ninguém à sua altura. O povo sempre estará numa condição de dependência em relação ao príncipe.
Por outro lado, o que chega ao poder pelo favor dos poderosos governará à sombra deles, pois todos aqueles têm tanto poder quanto o próprio governante. Sendo assim, a qualquer momento o príncipe poderá perder o cargo, caso ocorra a insatisfação dos poderosos que os colocou lá.
Resenha Descritiva de Livro
Por Jivaldo Moreno
22/05/2019 às 21h50